Antigamente, o paciente que precisasse do uso de produtos à base de maconha deveria conseguir uma autorização para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela indústria internacional
Muitos especialistas acreditam que a regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nos últimos dias, vai impulsionar a indústria farmacêutica.
Para o empresário Valter Luis Macedo de Carvalhaes Pinheiro, a decisão tem o potencial de mudar positivamente o mercado brasileiro. “Uma pesquisa da New Frontier Data mostra que já nos primeiros três anos de venda legais, o setor de medicamentos feitos à base da Cannabis pode alcançar o faturamento de R$ 4,7 bilhões”, explica ele.
Proprietário de uma empresa com vários anos de experiência no mercado de distribuição e logística de medicamentos e correlatos, tanto na área farmacêutica, quanto na área hospitalar, Valter vê com muito bons olhos a decisão. “Essa mesma pesquisa prevê uma estimativa de arrecadação de impostos com esses medicamentos de mais de um R$ 1 bilhão por ano”, conta.
Valter Luis afirma que vai importar o produto, que não foi autorizado a ser cultivado no Brasil, e que já providenciou as devidas autorizações junto aos órgãos competentes. “Agora só falta avaliarmos os melhores fornecedores no mercado mundia”, revela.
A partir da decisão da Anvisa, produtos feitos com cannabis para uso medicinal vão poder ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à fiscalização da agência. Antigamente, o paciente que precisasse do uso de produtos à base de maconha deveria conseguir uma autorização para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela indústria internacional.
O empresário acredita que a medida apenas facilitou a vida dos pacientes que precisam da substância. “Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD, substâncias presentes na planta, vão poder comprar os medicamentos direto nas farmácias. Isso evita a demora e facilita o tratamento”, conclui Valter.