Anvisa rejeita plantio de maconha, mas presidente da agência diz que tema pode voltar à pauta

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FILE — A worker tends to marijuana plants at Canopy Growth Corporation’s Tweed facility in Smiths Falls, Ontario, Canada, Sept. 21, 2018. Martha Stewart, the doyenne of domesticity, will advise the Canadian company on a new line of hemp-based CBD products for animals and humans. (Dave Chan/The New York Times)

BRASÍLIA – Depois de aprovar, por unanimidade, a fabricação e venda de medicamentos a base de maconha no País, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu vetar o plantio da erva em território nacional para fins científicos e medicinais. O único voto favorável ao plantio foi o do presidente da agência, William Dib. Três diretores votaram contra o cultivo.

Dessa forma, as empresas que se instalarem no Brasil para produzir medicamentos à base de cannabis precisarão importar os insumos para fabricar seus produtos. Essas empresas também poderão importar os produtos prontos, já com as bulas traduzidas para o português.

Apesar da não aprovação do plantio, Dib disse que hoje é um “dia muito importante. Temos muito o que comemorar aqui dentro da agência”, afirmou. “O Brasil vai continuar sendo dependente de insumos. O objetivo de regulamentar o plantio era fazer plantio seguro, de qualidade e eficaz”.

Dib acredita que, no futuro, o debate do plantio poderá voltar à agenda da Anvisa ou do Congresso Nacional. “O assunto não sairá da pauta. O importante hoje é comemorar que as pessoas vão ter acesso. A classe médica vai poder receitar, o cliente vai poder comprar, e a Anvisa vai poder fiscalizar. Isso é um grande feito”.

O presidente da Anvisa afirmou ainda que, a partir do início do próximo ano, os remédios à base de maconha já devem estar disponíveis nas farmácias do País. Atualmente apenas um medicamento à base de maconha pode ser comercializado no Brasil.

Dib rebateu as críticas que vem recebendo de ministros do governo Jair Bolsonaro, que é contrário à medida. “Eu não defendo governo. Não protejo governo. Vim aqui defender a saúde da população. A Anvisa, sobre minha direção ou não, tem que fazer ciência. Não quer fazer proselitismo político”.

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