Ansiedade, maconha, TOC… As 7 notícias mais quentes da psiquiatria

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Entre os dias 9 e 12 de outubro, o Rio de Janeiro virou a capital brasileira da saúde mental. É que nessas datas acontece o Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP). O evento reúne os principais nomes dessa especialidade no país e apresenta as tendências e debates sobre as doenças que atingem a mente, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e bipolaridade. SAÚDE esteve no evento e traz nessa reportagem alguns dos temas apresentados por lá. Confira abaixo:

1. Cirurgia bariátrica não mexe só com a barriga
Já virou consenso entre os médicos que mudanças alimentares e exercícios físicos não são suficientes para tratar os casos mais graves de obesidade. Quando o Índice de Massa Corporal (IMC) passa de 40, é preciso recorrer à cirurgia bariátrica, conjunto de técnicas que retira ou modifica algumas partes do sistema digestivo, principalmente o estômago e o intestino delgado. A operação também está indicada para quem tem o IMC entre 30 e 39,9 e apresenta fatores de risco, como diabetes e hipertensão. Atualmente, estima-se que o Brasil tenha 13 milhões de candidatos a esse tipo de procedimento.

O problema é que o bisturi sozinho não resolve nada: é preciso realizar todo um acompanhamento antes e depois da cirurgia. Isso é trabalho para uma equipe multidisciplinar, que envolve endocrinologista, nutricionista, educador físico, psicólogo e o psiquiatra.

A saúde da cabeça, aliás, é um dos pontos mais importantes por aqui. “Se o paciente apresenta um transtorno mental, é preciso estabilizá-lo antes de marcar o procedimento”, destacou durante a sua apresentação no CBP o médico Glauber Higa Kaio, da Universidade Federal de São Paulo.

Os quadros psiquiátricos, aliás, são comuns entre os candidatos à bariátrica: estudos mostram que indivíduos com obesidade grave (aquela que ultrapassa os 30 pontos do IMC) apresentam dois ou três vezes mais risco de sofrer com algumas dessas doenças, como ansiedade e compulsão alimentar. E, claro, não será uma cirurgia que vai dar conta do recado: é preciso avaliar esse paciente antes de partir para qualquer método.

Feita a redução do estômago ou a implantação de um balão gástrico, o acompanhamento com psicólogo e psiquiatra segue relevante e necessário. “A cirurgia bariátrica não é algo que se limita ao estômago. Há todo um sistema hormonal que se modifica e impacta diretamente a sensação de fome, o prazer à mesa e a noção de saciedade”, disse em palestra a médica Maria Francisca Mauro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nesse turbilhão de mudanças, é óbvio que surgem emoções e comportamentos variados. Diversos levantamentos demonstram um aumento em “beliscadas” durante o dia, o surgimento de uma síndrome do comer noturno e até mesmo um vício por comida. Junto com esses efeitos colaterais, o risco de recaídas e ganhos súbitos de peso só cresce. Ainda bem que tudo isso pode ser minimizado com o auxílio constante de diversos profissionais da saúde.

Saúde Abril

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