Toronto, 21 dez (EFE).- Em 17 de outubro de 2018, o Canadá tornou-se o pioneiro entre os países de primeiro mundo, e o segundo no geral – depois do Uruguai – a legalizar o consumo recreativo de maconha, uma medida que está sendo observada com atenção no restante do planeta.
A legalização foi prometida em 2015 pelo então líder do Partido Liberal e hoje primeiro-ministro, Justin Trudeau, durante a campanha para as eleições gerais.
Entre outras razões, Trudeau e o governo canadense justificaram a medida pelo efeito negativo desproporcional da penalização do consumo entre minorias, como aborígines e afro-canadenses, dois dos grupos sociais com maiores índices de encarceramento do país.
O primeiro-ministro utilizou uma lembrança pessoal para explicar sua postura: em 2016, Trudeau, que é filho do ex-chefe de governo canadense e líder liberal nos anos 70 e 80 Pierre Trudeau, revelou que seu irmão Michel foi preso em 1998 por posse de maconha.
Na ocasião, seu pai conseguiu, depois de ter contratado os melhores advogados do país, que a polícia retirasse as acusações contra Michel, que morreu em um acidente de esqui seis meses depois.
Trudeau usou esta história pessoal para explicar que centenas de milhares de canadenses não tiveram contatos ou recursos para conseguir que crimes por posse de maconha para consumo pessoal desaparecessem de seus antecedentes, o que impactou negativamente em sua vida.
Por isso, a outra parte da legalização da maconha é a proposta do governo de um projeto de lei que agilizará os indultos às pessoas com um histórico criminal pela posse dessa droga.
Para o governo canadense, a legalização e os indultos reduzirão os problemas que muitos indivíduos têm para conseguir trabalho ou moradia, e inclusive para continuar com seus estudos, por ter um histórico criminal em consequência do consumo recreativo da maconha.
A legalização do consumo de maconha no Canadá não foi repentina, já que o país já tinha autorizado em 2001 o consumo medicinal do cannabis, estabelecendo um sistema que permitia que um número reduzido de empresas produzisse maconha para sua distribuição entre pacientes cujos médicos tinham receitado a substância.
Durante esse período de 17 anos desde a legalização do consumo medicinal até o recreativo, a percepção do público e das autoridades canadenses sobre uma droga que foi ilegal durante quase um século mudou de forma significativa.
Uma pesquisa realizada poucos dias antes da legalização mostrou que 25% dos 3 mil canadenses entrevistados respaldava com força a legalização, enquanto 21% a apoiavam e 24% a aceitavam. No total, um 70% apoiava ou aceitava a medida.
A legalização da maconha está abrindo um mercado até agora monopolizado por organizações criminosas e com um enorme potencial econômico.
O governo canadense calcula que a legalização renderá centenas de milhões de dólares, graças aos impostos sobre o consumo e as empresas de produção, distribuição e venda da droga. Enquanto isso, o setor privado mira no negócio legal da maconha.
Só em 2017 os habitantes do país gastaram 5,7 bilhões de dólares canadenses (R$ 16,5 bilhões) em maconha.
Um exemplo é a empresa Canopy Growth, criada há quatro anos e que já se transformou no maior produtor mundial de cannabis com um valor de mercado de 10 bilhões de dólares canadenses.
A Constellation Brands, que produz bebidas alcoólicas, investiu 3,8 bilhões em troca de 38% da Canopy Growth, uma mostra da confiança que os mercados têm na legalização da maconha. EFE.
Toronto, 21 dez (EFE).- Em 17 de outubro de 2018, o Canadá tornou-se o pioneiro entre os países de primeiro mundo, e o segundo no geral – depois do Uruguai – a legalizar o consumo recreativo de maconha, uma medida que está sendo observada com atenção no restante do planeta.
A legalização foi prometida em 2015 pelo então líder do Partido Liberal e hoje primeiro-ministro, Justin Trudeau, durante a campanha para as eleições gerais.
Entre outras razões, Trudeau e o governo canadense justificaram a medida pelo efeito negativo desproporcional da penalização do consumo entre minorias, como aborígines e afro-canadenses, dois dos grupos sociais com maiores índices de encarceramento do país.
O primeiro-ministro utilizou uma lembrança pessoal para explicar sua postura: em 2016, Trudeau, que é filho do ex-chefe de governo canadense e líder liberal nos anos 70 e 80 Pierre Trudeau, revelou que seu irmão Michel foi preso em 1998 por posse de maconha.
Na ocasião, seu pai conseguiu, depois de ter contratado os melhores advogados do país, que a polícia retirasse as acusações contra Michel, que morreu em um acidente de esqui seis meses depois.
Trudeau usou esta história pessoal para explicar que centenas de milhares de canadenses não tiveram contatos ou recursos para conseguir que crimes por posse de maconha para consumo pessoal desaparecessem de seus antecedentes, o que impactou negativamente em sua vida.
Por isso, a outra parte da legalização da maconha é a proposta do governo de um projeto de lei que agilizará os indultos às pessoas com um histórico criminal pela posse dessa droga.
Para o governo canadense, a legalização e os indultos reduzirão os problemas que muitos indivíduos têm para conseguir trabalho ou moradia, e inclusive para continuar com seus estudos, por ter um histórico criminal em consequência do consumo recreativo da maconha.
A legalização do consumo de maconha no Canadá não foi repentina, já que o país já tinha autorizado em 2001 o consumo medicinal do cannabis, estabelecendo um sistema que permitia que um número reduzido de empresas produzisse maconha para sua distribuição entre pacientes cujos médicos tinham receitado a substância.
Durante esse período de 17 anos desde a legalização do consumo medicinal até o recreativo, a percepção do público e das autoridades canadenses sobre uma droga que foi ilegal durante quase um século mudou de forma significativa.
Uma pesquisa realizada poucos dias antes da legalização mostrou que 25% dos 3 mil canadenses entrevistados respaldava com força a legalização, enquanto 21% a apoiavam e 24% a aceitavam. No total, um 70% apoiava ou aceitava a medida.
A legalização da maconha está abrindo um mercado até agora monopolizado por organizações criminosas e com um enorme potencial econômico.
O governo canadense calcula que a legalização renderá centenas de milhões de dólares, graças aos impostos sobre o consumo e as empresas de produção, distribuição e venda da droga. Enquanto isso, o setor privado mira no negócio legal da maconha.
Só em 2017 os habitantes do país gastaram 5,7 bilhões de dólares canadenses (R$ 16,5 bilhões) em maconha.
Um exemplo é a empresa Canopy Growth, criada há quatro anos e que já se transformou no maior produtor mundial de cannabis com um valor de mercado de 10 bilhões de dólares canadenses.
A Constellation Brands, que produz bebidas alcoólicas, investiu 3,8 bilhões em troca de 38% da Canopy Growth, uma mostra da confiança que os mercados têm na legalização da maconha.
Fonte: EFE