Enquanto as autoridades brasileiras patinam no debate sobre o uso medicinal de princípios ativos da planta da maconha, quem tem condições financeiras busca cada vez mais a importação de remédios à base de canabidiol para o tratamento de epilepsia e esclerose múltipla. Desde o início do ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o órgão responsável pela autorização, recebeu 5.321 pedidos de compra de remédios com canabidiol. Em média, portanto, são 19,7 pedidos novos todos os dias. O número é 47% maior do que os 3.613 pedidos que foram feitos em todo o ano passado e 489% maior do que os 902 pedidos de 2015, ano em que a importação foi autorizada.
O número de pacientes cadastrados pela Anvisa para a compra de remédios à base de canabidiol também tem crescido. Ao todo, são 7.786 pessoas autorizadas a comprar os medicamentos – que têm custo elevado, de pelo menos R$ 1 mil a caixa. Em 2019, até o fim do terceiro trimestre, 2.726 pacientes entraram no cadastro, número 15% maior do que todos os cadastrados em 2018 (2.371). A diferença entre os números se dá pelo fato de que os pedidos não são automaticamente incluídos na lista de permissão.
Fonte: Metropoles