Ao contrário da população em geral, o posicionamento dos deputados federais em relação ao plantio de maconha não é alterado quando o motivo para a liberação é o uso medicinal. De forma geral, os parlamentares estão divididos em relação ao tema. Cerca de metade é a favor da liberação do plantio de Cannabis, enquanto metade é contra.
O portal especializado em Direito JOTA realizou o mesmo experimento para medir o apoio à liberação do plantio de Cannabis com a população e com os parlamentares.
Na segunda-feira (06), o JOTA Labs mostrou que a liberação do plantio de maconha ganha um apoio muito maior entre a população brasileira quando está associada ao uso medicinal. Os dados fazem parte de um estudo experimental feito pelo portal nas suas mais recentes pesquisas em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados, que somente assinantes do JOTA Pro têm acesso.
O mesmo efeito não é encontrado entre os deputados. Metade dos parlamentares foi apresentada com um tipo de pergunta e metade com outro tipo – o sorteio dos deputados foi feito de forma aleatória.
Assim como na população, um grupo de deputados, o chamado grupo de controle, recebeu a seguinte pergunta: Você é a favor ou contra o plantio da maconha no país?
Já o segundo grupo, ou grupo de tratamento, foi apresentado à seguinte pergunta: Você é a favor ou contra o plantio da maconha no país para fins medicinais?
No grupo de controle, 45,9% se disseram a favor da liberação, 45,7% se disseram contra e 8,4% disseram não ser nem a favor nem contra.
Já no grupo de tratamento, 43% se disseram a favor, 48,3% se disseram contra e 8,7% se disseram nem a favor nem contra.
A comparação entre os dados da população em geral e dos deputados mostra que existe uma resistência maior entre os políticos para a liberação do plantio para fins medicinais.
É muito interessante notar como no grupo de controle, ou seja, naquele grupo em que o apoio à liberação do plantio independe do uso medicinal, os resultados são muito parecidos entre os brasileiros em geral e entre os deputados, em torno de 45%. O que o estudo experimental mostra é que os deputados são menos propensos a aceitar o argumento do uso medicinal.