O avanço científico propiciou novas e menos agressivas maneiras de consumo da canábis. Saiba mais e escolha a maneira que mais se adapta a você:
Baseado – A inalação pela combustão é o método mais comum de consumo de canábis. Isso se dá pelo fato de o THC inalado fazer efeito em segundos, dando ao usuário mais controle sobre a dosagem. Ele pode ir sentindo o quanto está sendo afetado pela canábis e controlar a quantidade que precisa para atingir o efeito desejado. O baseado, é a forma de consumo mais antiga e representada na mídia. A preparação do baseado é um ritual comum entre usuários de canábis, tornando-se uma atividade social.
A cannabis inalada também não deve ser utilizada em conjunto com o tabaco. Fumantes de cigarro devem evitar o fumo da cannabis ou interromper o uso do cigarro. O fumo da canábis aumenta os danos causados pelo fumo do cigarro, podendo antecipar a ocorrência de câncer e outros danos pulmonares graves (Earleywine,2010).
Cachimbos – Os cachimbos são uma opção para os usuários que querem remover as toxinas da seda. Eles também desperdiçam menos cannabis do que o baseado, pois não deixam a canábis queimando enquanto não está sendo fumada (a fumaça que sai do baseado aceso, mesmo quando está parado) e normalmente têm um espaço pequeno onde caiba somente a quantidade de canábis necessária para uma ou duas tragadas de cada vez, com mais fumaça que um cigarro. Os cachimbos variam em forma, material e qualidade, afetando inclusive o sabor da canábis. A preferência pelo tipo de cachimbo, portanto, varia conforme o gosto pessoal do usuário.
Cachimbo feito com espiga de milho – Também utilizando a inalação da combustão, eles podem ser pequenos e portáteis, sendo quase tão convenientes quanto o baseado para carregar consigo. No entanto, é difícil remover todos os resquícios de canábis após o uso. Carregar um cachimbo no bolso pode ocasionar problemas com a polícia (ainda que a quantidade seja pequena, dificilmente levando a uma prisão, há muitos relatos de pessoas que sofreram abusos de policiais ao serem identificados como usuários) e com a segurança do aeroporto. Nunca carregue um cachimbo usado (mesmo depois de limpar) em uma viagem internacional, mesmo na bagagem despachada. Se for pego, qualquer resquício de canábis pode resultar em uma deportação. Apesar da remoção do papel, o fumo da canábis através do cachimbo ainda ocasiona a queima da canábis e, portanto, pode causar danos pulmonares.
Cachimbos d’água e Bongs – Outra maneira de inalação pela combustão, esses utensílios possuem um compartimento que pode ser enchido com água. A fumaça é esfriada na água e filtra uma parte do alcatrão no caminho. O produto final é, portanto, “mais limpo” do que a fumaça que provém diretamente da queima da canábis. Muitos usuários gostam de utilizar o bong pela grande quantidade de fumaça inalada de uma só vez, resultando em um efeito filtrado mais potente e mais imediato.
Vaporizadores – Inalação do vapor pelo aquecimento da canábis, método mais saudável pois não há inalação dos componentes tóxicos da combustão. Os vaporizadores têm se tornado cada vez mais populares entre os usuários de cannabis, sobretudo aqueles preocupados com a saúde do pulmão. Há uma grande variedade de vaporizadores comerciais, que ainda não são tão comuns no Brazil, mas eles também podem ser produzidos em casa.
O processo de vaporização aquece a canábis o suficiente para produzir vapor contendo o THC e outros canabinoides, mas não a queima, eliminando assim a produção de alcatrão. Estudos demonstraram que a vaporização é a forma mais segura e eficiente de inalação da cannabis, pois preserva os canabinoides e não há evidências de que prejudique o pulmão.
Os vaporizadores são muito utilizados por pacientes em locais onde a cannabis foi legalizada para fins medicinais, como em Israel. O Volcano é o vaporizador mais conhecido, mas as vape pens, parecidas com os cigarros eletrônicos, estão se tornando muito populares. Enquanto os cachimbos possuem má fama entre não usuários, as vape pens são mais discretas, atraindo menos atenção negativa.
Vape pen – Dispositivo portátil de vaporização em forma de caneta. O aroma do vapor de canábis é mais suave do que a fumaça, tornando também o consumo mais discreto para usuários que temem apreensão dos vizinhos. A fumaça também é mais visível do que o vapor, sendo assim mais fácil de identificar o usuário.
Produtos de canábis comestível – Ingestão e digestão de alimentos e bebidas que contenham os psicoativos existentes na canábis. Comer canábis pode ser uma alternativa para aqueles que não gostam de fumar. Em locais onde a cannabis foi legalizada, cresce a popularidade dos famosos comestíveis, como brownies, cookies, pirulitos, gelatinas e até refrigerantes. A gastronomia canábica também tem ganhado destaque na mídia, com centenas de receitas disponíveis na internet.
Há algumas dificuldades, contudo, quando se trata do consumo oral. A digestão é um processo mais demorado do que a inalação, o que significa que os canabinóides chegam na corrente sanguínea por volta de 30 minutos a duas horas após a ingestão. É difícil saber com qual potência o efeito virá, sendo mais difícil até para o usuário mais experiente controlar a dosagem.
Como o efeito não é imediato, pacientes com dor crônica e náusea preferem inalar a cannabis, de modo a cortar os sintomas indesejados mais rapidamente. A canábis ingerida também não funciona para aliviar o glaucoma. Não se sabe o motivo, mas somente a inalação de canábis ajuda pacientes com glaucoma (Conrad, 1997).
Óleos – Os óleos de canábis têm sido uma popular forma de tratamento para pacientes com as mais diversas enfermidades. A americana Michelle Aldrich colocava o óleo de canábis em cápsulas (ela não é fã do sabor do óleo) para auxiliar no tratamento de seu câncer de pulmão.
Óleos e tinturas (solução diluída em álcool) são populares também para uso pediátrico (como a maioria das crianças com epilepsia refratária), já que os pais não gostariam de ver seus filhos fumando. Os efeitos psicoativos da cannabis são menos potentes em crianças do que em adultos, tornando o efeito do THC menos inconveniente para elas.
Muito dos produtos destinados à ingestão não contém uma quantidade grande de THC, tornando seus efeitos psicoativos mais fracos.
Antes de ingerir a cannabis, procure métodos de preparação adequados. O THC se faz presente a partir do aquecimento ou outras formas de processamento da cannabis e, portanto, comê-la crua pode não trazer o efeito desejado e causar dificuldades na digestão (varia de pessoa para pessoa e de acordo com o tipo da canábis). Além de inconvenientes intestinais.
A escolha sobre a melhor maneira de usar canábis é pessoal e subjetiva. Depende do gosto pessoal, da conveniência e do propósito para o uso. É recomendável, no entanto, que a cannabis inalada seja consumida através de um vaporizador, para evitar danos pulmonares. No caso da cannabis via digestão, vale lembrar que o efeito pode ser mais intenso do que o previsto e, portanto, recomenda-se consumi-la com pessoas de confiança, que saibam o que fazer caso os efeitos sejam muito intensos.
Chá de canábis – Infusão pelo aquecimento da canábis em água fervente de um composto especificamente preparado. Para se fazer um chá de canábis, é preciso usar metodologia de extração para produzir a erva que compõe o saquinho ou peneira de metal. Apesar de alguns métodos de extração do THC serem um pouco complicados, o wikiHow ensina um passo-a-passo tão simples que qualquer um pode reproduzir em casa. É possível misturar outras ervas em seu chá para dar um sabor único. Claro que se você busca apenas uma bebida para esquentar e não ficar muito medicado, você pode apenas esquentar sua erva em água quente, assim como faz com um chá normal.
Extrato – Um dos métodos de se usar a canábis é através de extratos, que consiste em retirar as substância boas da cannabis usando álcool e a planta inteira (geralmente as flores e folhas). O líquido extraído é ingerido oralmente, geralmente com um conta-gotas, coloca-se uma quantidade em baixo da língua. Os extratos também podem ser misturados com chás ou outras bebidas, mas a absorção se dá de forma mais lenta.
Creme – Algumas pessoas preferem cuidar da pele ou fazer tratamentos de dores localizadas através de pomadas e cremes infundidos com canábis. Diferente de outros métodos, as pomadas não possuem efeitos psicoativos e não dão barato. Ao invés de precisar fumar um baseado para aliviar alguma dor, é possível usar cremes e deixar que a pele absorva as propriedades da cannabis. Alguns tratamentos atuais com pomadas incluem queimaduras, a elasticidade da pele e até câncer. Estes remédios ricos em THC estão sendo usados no tratamento de dores musculares e inflamações em atletas.
Sumo – Algumas pessoas adoram o cheiro da canábis, mas não curtem fumar ou não querem saber de ficar chapadas. Uma das formas de se consumir cannabis que vem ganhando força entre os entusiastas de canábis, é misturar as folhas da planta com vegetais ou sucos de fruta. Assim, as comidas adquirem um gostinho da planta e deixam a comida mais saborosa. Deste jeito, as pessoas não precisam se preocupar com o THC que só é liberado quando a canábis é aquecida, e podem aproveitar o sabor da erva sem ficar viajando.
Concentrados – Inalação da fumaça pela combustão ou aquecimento via vaporizador de extratos altamente concentrados de canábis. Este método produz uma alta absorção pelos índices dos canabinóides com o menor malefício pelo número significativamente menor de tragadas necessárias. Indicado para quem precisa de altas doses na sua aplicação terapêutica. Para tipos de concentrados vide Glossário.
Patches – Absorção da canábis por adesivos aplicados na pele promovendo a absorção transdérmica. Sendo absorvido pela corrente sanguínea. Método utilizado em crianças e idosos com intolerância a fumaça em ingestão. Essa metodologia não apresenta nenhum perigo ou efeito colateral.
Extratos Sublinguais – Absorção de extrato via oral aplicado em baixo da língua sendo absorvido pela corrente sanguínea. Metodologia sem efeitos colaterais muito popular entre as mulheres.