Assim como na educação, Jair Bolsonaro tangencia os reais problemas da segurança. Ao invés de reconhecer e enfrentar o que aterroriza a população, apresenta soluções populistas. Por exemplo: o excludente de ilicitude não vai assegurar mais segurança ao cidadão brasileiro.
É uma bandeira de campanha, é uma garantia ao policial, é um monte de coisa, menos solução para combate às facções criminosas, ao tráfico de drogas e armas, à falta de controle nos presídios, à falta de efetivo nas polícias. Não ataca a raiz dos problemas. Mas faz barulho e um agrado em uma parcela importante do eleitorado.
O mesmo serve para a proposta da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no campo. Não é a ameaça de intervenção que vai afastar o risco de invasões de terra ou a violência na área rural. Mas são propostas de fácil compreensão.
Na educação funciona a mesma lógica. Enquanto o Conselho Nacional de Educação discute e propõe qualificação de professores do ensino fundamental, o ministro acusa (sem provas) universidades federais de semear lavouras de maconha. O que ele ganha com isso? Curtidas, likes e tapinhas no ombro. Sem falar que uma parcela do eleitorado de Bolsonaro vibra com essas tiradas do ministro.
Resumo da ópera: o foco é a reeleição. A lógica da pauta de costumes e sem efetividade, que tomou conta da campanha de 2018, continua em alta.