Convocado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para explicar sua afirmação de que havia “plantações extensivas” de maconha em universidades federais, o ministro Abraham Weintraub (Educação) dobrou a aposta nesta 4ª (11.dez.2019).
Em suas considerações iniciais, ele mostrou vídeos produzidos por programas policiais, em sua maioria, sobre uso de drogas nas instituições. A maior parte dos vídeos não tinha data.
A abertura era uma reportagem de programa policial da TV Record sobre uma plantação de maconha que estaria em terreno da UNB. Opositores afirmam que não se trata de terreno da universidade, e que os acusados foram inocentados.
O vídeo tinha imagens de mudas de maconha em vasos e plantadas diretamente no solo. As filmagens das plantas no solo tinham enquadramentos fechados, sem mostrar a extensão da plantação.
De acordo com Weintraub, foram encontrados com os acusados insumos como veneno para formigas e adubos. Ele comparou com as couves que, diz, cultiva em sua casa. “Tinha todo o aparato, mais do que eu uso na minha plantação de couve”.
Outras universidades também eram tema dessas reportagens. Foram citadas, por exemplo, USP, UFF, UFMG e UFGO.
Não foi apresentada investigação oficial do governo. O ministro afirmou que buscou o material na internet. Havia, em 1 dos vídeos, o logotipo do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR).
Weintraub também tentou ligar o uso de drogas em universidades à esquerda. Quando mostrava imagens de 1 diretório acadêmico, destacou 1 detalhe. “Olhas as bandeirinhas ali”, apontando para uma bandeira do MST estendida no local da filmagem. “Lula Livre também tem”, disse, mostrando outro quadro.
“Olha 1 aluno da federal. Ele tem uma folha de maconha tatuada no rosto, está vendo?”, afirmou Weintraub enquanto aparecia na tela imagem de 1 jovem.
A sessão começou pontualmente às 10h, e ainda está estava em andamento quando este texto foi publicado.