Entenda como a venda de maconha medicinal muda o setor farmacêutico no Brasil

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para alavancar o mercado de importação de medicamentos à base de Cannabis é necessário parceria com médicos e conscientização dos pacientes, disse Marcelo Galvão, presidente da importadora Onixcann/Cantera.

Para o executivo, a regulamentação da Cannabis medicinal tem potencial para a mudança na indústria farmacêutica.

Segundo a New Frontier Data, nos três primeiros anos de vendas legais, o setor de medicamentos à base de Cannabis pode atingir o faturamento de R$ 4,7 milhões. Nos cenários analisados pelo estudo, as estimativas de arrecadação de impostos com os medicamentos ultrapassa R$ 1 bilhão por ano.

Ainda de acordo com o estudo, o Brasil pode se tornar o principal player da América Latina com um mercado potencial de US$ 2,4 bilhões (R$ 10 bilhões).

A Cannabis medicinal pode ser usada no tratamento de epilepsia, dores crônicas, autismo, câncer, mal de parkinson, entre outras. “É um recorte grande de doenças que podem ser tratadas com Cannabis, ou seja, tem um potencial para alavancar vendas”, afirmou Marcelo Galvão, no evento Cannabusiness Summit, realizado na Casa Natura Musical na quarta-feira (27).

Nesta terça (3) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou novas regras para registro de produtos à base de Cannabis para uso medicinal no país. A medida permite que empresas obtenham o aval para fabricação de produtos em território nacional e para a venda em farmácias.

Desde 2015, a Anvisa autorizou 7.780 pacientes a importar medicamentos de Cannabis.

Neste ano, foram feitas duas consultas pela Anvisa sobre a regulamentação e o plantio da Cannabis para fins medicinais. Dos 1.154 que participaram da consulta, 67,8% disseram que as propostas da Anvisa para regulamentação da planta tem impactos positivos. Outros 13,4% afirmaram que as propostas possuem impactos positivos e negativos e 2,3% que possuem impactos negativos. 16,5% dos participantes não responderam a essa pergunta.

Atualmente, o cadastro para solicitar a importação de medicamentos com canabidiol é feito pelo site do governo federal. Os processos envolvem anexar o laudo explicando a necessidade assinado pelo médico e a prescrição do medicamento junto a um termo de responsabilidade. Este processo, segundo a Anvisa, pode demorar até 60 dias.

Desde agosto, o cadastro passou a ser feito pelo governo federal. “Ainda não é possível avaliar se a mudança foi boa ou ruim. Mas quando o registro era feito no site da Anvisa, a análise ficava pronta em dez dias”, diz Matheus Patelli, gerente de operações e marketing da HempMeds Brasil, empresa que importa medicamentos à base de canabidiol. Para o executivo, esse demora também se deve ao aumento da quantidade de pedidos feitos à agência.

AS FASES DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

– Prescrição e laudo médico: Anvisa exige que o médico, além de prescrever, faça um laudo completo e assine um termo de responsabilidade;

– Cadastro na Anvisa: os documentos devem ser cadastrados no site do governo federal;

– Avaliação da Anvisa: o processo de avaliação é individual. Em 2018, houve uma média de 200 novos pedidos por mês;

– Aprovação: a autorização para importação do medicamento vale por um ano. Com o aumento da demanda nos últimos anos o tempo médio de resposta, que já foi de 20 dias, pode chegar a 60 dias.

OS PROBLEMAS DA IMPORTAÇÃO

– Compra de remédios com alto custo: os medicamentos importados são muito caros e exigem o pagamento de frete internacional e taxas de importação;

– Desembaraço aduaneiro: a importação pode passar por problemas nas alfândegas, como extravio e retenção do produto em aeroportos.

Fonte: Repense

 

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