Porche 718 GT4 usa “maconha” na carroceria para ficar mais rápido

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Utilizar fibras naturais feitas de maconha e outros materiais como linho chega a ser algo natural em carros conceito e outros projetos verdes. Mas somente agora um fabricante fez isso pela primeira vez em um modelo de pista. A Porsche acaba de apresentar um carro que faz uso das fibras naturais orgânicas, o 718 Cayman GT4 Clubsport, variante reestlizada do cupê de corrida que ficou mais potente, verde e leve com esses aperfeiçoamentos.

O Porsche de competições está disponível em duas versões: a para Trackdays, voltada aos pilotos de final de semana, e a Competition, criada para corridas nacionais e internacionais. A principal vocação é a categoria GT4 europeia, inspirada nas regras da FIA (Federação Internacional do Automóvel).

Dá para legalizar e usar no dia a dia? Nada disso, o 718 GT4 é um carro homologado para as pistas. Nem mesmo a variante mais civil pode ser homologada para a rua, ou seja, você vai pagar pelo menos (na Europa) 134 mil euros por um brinquedo limitado aos circuitos de corridas, cerca de R$ 570 mil. Isso não impediu a Porsche de ter vendido 421 unidades do Cayman de pista. Havia também uma opção de rua do Cayman GT4, testada por Autoesporte, ainda não reestilizada.

O uso de materiais compostos feitos com fibras naturais mostra uma preocupação não apenas com a diminuição de peso e aumento de performance, uma vez que as fibras são superleves (o peso total é de contidos 1.320 kg, não muito diferente de um Volkswagen Golf). O objetivo também é apostar em fontes renováveis.

As portas e asa traseira (as laterais são de fibra de carbono e os braços de alumínio) são feitas dessa mistura de fibras orgânicas, primariamente maconha e linho. Ao contrário do que poderíamos imaginar, o peso e resistência não ficam para trás da fibra de carbono, afirma a Porsche.

Além das novidades na construção, o 718 GT4 Clubsport ganhou um belo incremento de potência. Colocado em posição central-traseira, o 3.8 seis cilindros boxer dispensa o quatro cilindros turbo usado no 718 de rua (confira o teste do Boxster em vídeo), mas ganhou 40 cv em relação ao antecessor.

São 425 cv a 7.500 rpm e 43,3 kgfm a 6.600 rpm, regimes de rotação que ajudam a explicar a sonoridade linda emitida pelo escapamento duplo do GT4. Coloque os fones de ouvido e ouça por você mesmo no vídeo abaixo. Som na caixa!

O câmbio é o automático de dupla embreagem de seis marchas – os Porsches de rua já estão nas caixas de sete velocidades. A tração é traseira e tem bloqueio mecânico do diferencial para despejar a força sem medo de ser feliz.

A suspensão dianteira tem braços do 911 GT3 Cup. Por sua vez, o sistema de freios de discos ventilados conta com 380 mm de diâmetro, quase uma pizza grande. O interior tem a seriedade de um local de trabalho. A cabine é envolta completamente por uma gaiola de segurança, enquanto os bancos Recaro são do tipo concha e os cintos contam com seis pontos.

Claro que há diferenças entre eles. O 718 GT4 Trackday para pilotos amadores tem suspensão com acerto fixo, além de ABS e controles de estabilidade e de tração, recursos que podem ser desativados. Para dar um refresco, há também ar-condicionado.

Já o Competition é todo a respeito das competições profissionais e aposta em três ajustes de suspensão para o retorno e dois para a compressão. O tanque tem 115 litros, perfeito para corridas de longa duração (endurance). A frenagem pode ser balanceada entre a dianteira e traseira. Para facilitar nos pit stops, há um macaco pneumático integrado. Os acréscimos implicam em um preço maior, estamos falando de 157 mil euros, o equivalente a R$ 667 mil.

Afora a gaiola, há outras modificações de segurança, exemplos de uma escotilha no teto para a retirada do piloto em caso de acidente, um extintor portátil e tanque de gasolina FT3 de 80 litros (mais resistente que os convencionais).

O 718 Competition tem ainda volante removível igual ao do 911 GT3 R, repleto de botões para ajustar as diferentes funções do cupê de corridas. O quadro de instrumentos da Cosworth é digital e inclui uma série de informações importantes, além de telemetria.

Fonte: AutoEsporte

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