Agora será mais fácil investir em empresas que produzem e comercializam maconha e derivados da planta. É isso o que pretende a gestora de investimentos Vitreo com o lançamento do Fundo Canabidiol, o primeiro no Brasil voltado totalmente para o segmento. A gestora foi fundada pelo filho do empresário Jorge Paulo Lemann.
“A ideia é explorar as oportunidades da legalização do uso recreativo e medicinal da cannabis” afirma George Wachsmann, chefe de gestão da Vitreo. Segundo ele, a variedade de produtos derivados da planta é um dos pontos positivos do setor. “Dá para investir pelo lado farmacêutico, pelas bebidas, produção. É bem amplo”, diz.
O portfólio do Canabidiol é composto por ETFs e ações de companhias de cannabis listadas nos mercados americano e canadense. Nos últimos meses, os papéis dessas empresas sofreram desvalorização, o que serviu como estímulo para que o fundo fosse lançado só agora.
“Não consigo afirmar que as ações não vão cair mais. Mas o momento está bom. Se for para comprar alguma coisa, é sempre melhor na promoção”, comentou Wachsmann.
O gestor, no entanto, afirma que a ideia é conseguir retornos no longo prazo e espera faturar com o crescimento das vendas de cannabis no mercado internacional.
A indústria da maconha movimentou 12 bilhões de dólares em 2018. De acordo com relatório da New Frontier Data, a expectativa é que esse número salte para 30 bilhões até 2025 – crescimento de 150% em sete anos. Mas, estimativas mais otimistas, como as da Euromonitor, apontam que esse valor pode chegar a 166 bilhões de dólares.
Como o fundo só investe em ativos estrangeiros, ele só está disponível para investidores qualificados, ou seja, que possuam mais de 1 milhão de reais investidos ou que tenham certificado que comprove conhecimento sobre o mercado financeiro.
Mesmo com a norma que, segundo Wachsmann, dificulta a captação de recursos, ele disse estar satisfeito com o retorno. “Não estávamos esperando uma captação avassaladora. Lançamos hoje (29) e estou bem surpreso com o nível da procura”, afirmou.
Além do risco inerente ao mercado de ações, o fundo também está exposto ao fator câmbio, que pode ter impacto positivo ou negativo para os cotistas.
O Fundo Canabidiol cobra 1,5% ao ano de taxa de administração mais 20% sobre o que exceder o índice S&P 500. O aporte mínimo é de 5 mil reais.